segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

A face de Cristo


#9 - O que esta imagem desperta em você?
Você é um cara legal? Uma menina bacana? Perguntas desse tipo costumam ser direcionadas não a você, diretamente, mas indiretamente, para pessoas que convivem com você. E aí, já se perguntou como seu pai, sua mãe, seu irmão, seu parceiro ou vizinho responderiam a esta questão?

Essa pergunta é um desdobramento da imagem acima. Dias atrás compartilhei-a com alguns amigos e as respostas me chamaram bastante a atenção. A partir delas, nasceu este post.

E lá vamos nós para mais um #postinterativo!
Esta é a face de Cristo, acredito que não seja novidade para você. Uma pintura que de tão usada e propagada desconhecemos seu criador. E quando falo aqui de face de Cristo, a ideia é exatamente esta, pois não importa o artista desta ou daquela obra de arte. Afinal, quem sabe realmente como Jesus era?

Esta indefinição convida diariamente a cada um de nós colocar a própria face no lugar desta. Se um dia fomos criados a Imagem e Semelhança de Deus, nada mais natural. "Ahh, mas como isso é difícil", você pode me dizer. E sim, eu concordo plenamente!

Mas vamos lá. Não há nada que Jesus nos convide do qual Ele não tenha feito também. Se olharmos com atenção, vamos descobrir qual é a receita.
Somos imperfeitos. O que significa que iremos tropeçar pelo caminho da santificação. E é aqui que reside o "não se importe em provar isso" da imagem compartilhada. Julgamos uns aos outros sem perceber, sendo isso certo ou errado, não é mesmo? Assim toda atitude que vem na contramão do mundo vai gerar julgamentos e apontamentos. 

O processo de refletir a face de Cristo, de tornar-se santo, não acontece da noite para o dia, mas é um processo. Uma caminhada que começamos no dia de nosso batismo e levamos até o dia de nossa morte. Por isso quando alguém levantar a voz contra você, seja humilde, tenha calma e não cesse, pois o caminho se faz caminhando.
É bem verdade que muita gente se perde no caminho por conta de vaidade. Somos imperfeitos e também narcisistas. Mas aqui ao invés de ir na contramão do mundo, estará indo na contramão de Cristo, que sempre agiu com simplicidade. O Evangelho diz:

"Quando deres esmola, que tua mão esquerda não saiba o que fez a direita.
Assim, a tua esmola se fará em segredo; e teu Pai, que vê o escondido, recompensar-te-á.
Quando orardes, não façais como os hipócritas, que gostam de orar de pé nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade eu vos digo: já receberam sua recompensa.
Quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê num lugar oculto, recompensar-te-á."
(Mateus 6, 3-6)
Logo, vamos percebendo que refletir a face de Cristo significa agir com compaixão e sem vanglória. Não somos dignos da graça de Deus agindo em nós. Ele assim faz por Amor, e tudo o que podemos fazer é sermos gratos. Não numa gratidão triste de quem confunde humildade com passividade. Mas ir além e anunciar Seu plano de amor sem fazer alarde, sem usar palavras, apenas sendo.

Percebemos também que nossa recompensa é o céu. Quando fazemos a escolha por ser de Cristo, muitas coisas precisarão ser mudadas e sempre haverá alguém para nos lembrar disso. Mas nossa alegria está em saber que o céu nos aguarda, ansioso.

Assim, percebemos por fim que tudo se resume em uma escolha: qual a face da qual está disposto a refletir? Sua própria face, e ser admirado por isso? Ou a face de Cristo, e viver as perseguições que um dia Ele viveu, na certeza de que seu preço já foi pago na cruz?

A escolha é sua. Faça-a com o coração tranquilo.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

O consumo

"Pense, fale, compre, beba
Leia, vote, não se esqueça,
Use, seja, ouça, diga
Tenha, more, gaste, viva
Não, senhor
Sim, senhor
Não, senhor
Sim, senhor."
(Pitty - Admirável Chip Novo)

A canção da cantora brasileira faz referência ao livro Admirável Mundo Novo, de Aldous Huxley, que apresenta um mundo onde todos são separados por castas, severamente controlados pela tecnologia e todos os problemas são resolvidos por uma droga. A obra é uma crítica a nossa sociedade, marcada pela aceitação das coisas como são, mas teremos outro momento para tratar de questões filosóficas.

Se hoje nos parecemos com as características citadas acima, talvez nossa droga tenha um nome: o consumismo. Até onde esta cultura interfere em nós enquanto humanos e cristãos?

Venha, afinal, o que é da graça não custa nada!
Vivemos em uma cultura que nos convida o tempo todo a confundir o que tem valor e o que tem preço. Existe exemplo mais próximo de nós que o Natal? Somos envolvidos de tantos presentes que corremos o risco de esquecer que Jesus nasceu e nasce no meio de nós.

Como já disse tempos atrás em meu texto sobre a procura da felicidade, somos ensinados desde crianças a acreditar que tudo que há de bom vem de fora, nos levando a tornar-nos cada vez mais adultos sedentos por dinheiro, status e prazer.

Porém, não fui eu e nem você quem criamos o capitalismo. Estamos na chuva! Porém, não precisamos nos molhar, ou ao menos não nos encharcar.

Não, eu não sou leviano. Não estou aqui para jogar tudo para o alto. Comprar é bom! Ser capaz de ter acesso a coisas que tem vontade através do seu esforço tem seu valor! Mas comprar também tem seu preço. Assim como pecar parece bem gostoso no começo, mas guarda um gosto amargo no fim, o consumo nos convida a uma série de confusões.
Confundimos ambição com cobiça. Ter ambição é buscar ser o melhor de si a cada momento. Se hoje você é um bom aluno, um bom filho, um bom empregado, um bom namorado ou marido, pode se tornar ainda melhor. Porém, ter cobiça é querer o melhor unicamente para si. Os outros pouco importam.

Aprendi certo dia com Mário Sérgio Cortella: "gente grande sabe que é pequena e por isso cresce. Gente pequena acha que é grande e precisa pisar nos outros pra se sentir melhor"Percebe que quem busca ser melhor para o outro se engrandece e quem busca ser melhor para si se perde no caminho? O consumo nos convida a isso o tempo todo, cuidado!!
Como também já disse anteriormente, confundimos alegria e euforia. Enquanto a euforia passa, a alegria fica. Quem precisa gastar todo o dinheiro que tem em uma noite não é alegre, mas eufórico. Quem coloca os joelhos no chão e roga a Deus por uma graça com certeza não vai encontrar euforia nenhuma, mas terá a graça da verdadeira alegria.

E para finalizar, como venho dizendo, confundimos o que tem valor e o que tem preço. Como saber a diferença? Simples! Tudo o que não pode ser comprado tem valor, e o restante, tem preço.

Um exemplo: um carro, tem valor ou preço? Se você compra com reais, dólares ou euros, acerta quem diz que tem preço. Mas onde ele pode te levar? A um passeio com sua família? Valor! A uma viagem dos seus sonhos? Valor! A um acidente embriagado? Preço!
Outra diferença marcante: o que tem preço desvaloriza com o passar do tempo. Assim, o que tem preço perde aos poucos seu valor, enquanto o que tem valor em si, não!

Devemos pesar o valor e o preço o tempo todo na balança. Quando Jesus disse que veio para os pobres e para as crianças, quis dizer exatamente isso: veio para os que dão valor para a vida independente das etiquetas.

Que tenhamos a presença de espírito para ser como os pobres, neste sentido. A começar pelo nosso Natal, ensinando a nossas crianças que o Papai Noel tem seu valor, sim, mas ele acaba na noite de Natal. Jesus menino, não: seu infinito amor nos valoriza a cada minuto.


quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Paixão é envolvimento, amor é comprometimento

Apresentamos uma nova seção em nosso blog: os Versos de Fé!

Aqui, irei trazer poesias que buscam traduzir em palavras as emoções e sentimentos que só quem tem fé e vive de fé será capaz de compreender.

Espero que gostem! Deus os abençoe!

Abraço fraterno,

D.C.Ψ.



Ao olhar para a face de Cristo
aprendi que
amor não se resume em sorriso
Percebi que
sou humano de menos
e Ele, humano demais,
vai além de um simples apaixonar.

Ele,
que não quis humanizar o sagrado,
mas sacralizar o homem,
e nos lembrar que
um dia
fomos criados Sua imagem 
e buscar Tua semelhança é marca
em nosso coração.

Como então,
seguir nossa natureza
sem se deixar abater
pelo que parece simples
mas só é barato hoje
e caro custa amanhã?

A resposta está
em não confundir amor e paixão,
pois enquanto um busca ansioso se preencher
o outro espera o tempo de Deus
que é diferente do nosso
e se faz completo
pela paz
da entrega.

A morte de Cristo é Paixão
pois já acabou
seu Amor, porém, ressuscitou,
hoje vive, ficou
e ao olhar para Tua face
compreendo, que
paixão é envolvimento
e amor é
comprometimento.