Quando me pego parado, olhando para a vida e as pessoas, logo percebo que existem ao redor de nós pessoas tristes, aflitas, buscando algo além pelo que viver. Como disse no texto sobre a procura da felicidade, muitas respostas para as nossas perguntas já estão dentro de nós. Basta confiar em Deus para encontrá-las.
Mas isso não acontece do dia para a noite. Nesse processo, é comum que muitos de nós encontremos pelo caminho fatos e situações que nos deixem em dúvida sobre levar-nos ou não até a verdadeira felicidade. Grande parte dessa dúvida mora dentro desta confusão, proposta no tema deste post. O que vejo à minha frente, é alegria ou euforia? Seriam a mesma coisa? Ou não?
Euforia. Momento de plena emoção. Exaltação momentânea. Entusiasmo. Ansiedade. Encontramos para esta palavra diferentes significados, mas todos apontando para algo comum: a euforia é passageira.
Vivemos em uma sociedade eufórica. Tudo que é bom dura pouco, diz o ditado. E enquanto acreditamos nisso, buscamos a alegria nas coisas igualmente passageiras. A tentação e o prazer são um caminho rápido e prático. Sexo, álcool, drogas e tantos outros prazeres se oferecem a nós nos garantindo que ali mora a verdadeira alegria.
Não, eu não estou aqui com um discurso moralista para condenar tudo que nos brilha os olhos no mundo. Eu não sou um extraterrestre, e vivo neste planeta, assim como você. Mas quero levá-lo a reflexão de que momentos como esse são pura euforia, coisas passageiras. E quando as coisas acabam, você permanece. O que você leva para o resto dos dias?
Aqui chego a um fato importante. O contrário imediato da euforia é o desânimo. Isso faz sentido para você? Se a franqueza te obriga a dizer que tem se sentido desanimado, isso significa que a vida tem lhe preenchido com momentos de muita euforia e pouca alegria.
Alegria. Satisfação. Júbilo. Prazer de viver. Contentamento. Aristóteles costumava dizer que alegria é o sentimento de quem "tá de boa" (é claro, não com essas palavras, mas com essa ideia! rs). Mas alguém alegre é alguém satisfeito com aquilo que tem. É algo mais duradouro, com raízes mais profundas.
Acredito que a alegria é a principal característica de pessoas felizes. Se a felicidade é uma experiência subjetiva e pessoal, a alegria pode ser transmitida entre uma pessoa e outra. E essa capacidade é algo particular do ser humano, afinal apenas nós temos a capacidade de dar sentido à nossa vida e a tudo que nos rodeia.
Quando nosso Papa Francisco escolheu Alegria do Evangelho (Evangelii Gaudium) como o nome de sua primeira exortação dentro de seu pontifício, nos remeteu a nossa missão como cristãos. Transmitir a alegria que leva a verdadeira felicidade, que é o Cristo ressuscitado.
Reconhecer a diferença entre euforia e alegria exige de nós muita sensibilidade. Mas, se eu pudesse resumir esta tarefa em poucas palavras, diria que a alegria está nas coisas que não tem preço. Literalmente falando, pois a felicidade não se compra. E poeticamente falando, quando percebemos que estamos diante de coisas que não somos capazes de mensurar o valor, nos percebemos alegres.
Que a alegria do Senhor seja a nossa força diante das adversidades da vida!