Jesus chorou. É o que nos diz o capítulo 11 do Evangelho de São João, quando na morte de Lázaro, seu grande amigo. O que podemos aprender com este gesto simples e genuíno de Cristo?
- Homem não chora!
- Esquece isso, bola pra frente!
- Ahh, larga a mão de frescura!
- Para de fazer drama!
Reconhece alguma dessas frases?
Vivemos em um tempo onde é proibido demonstrar fraqueza. Nas redes sociais, as pessoas sorriem o tempo todo. As legendas das fotos trazem versos e trechos de canções belas e românticas. Mas me parece um pouco contraditório. Principalmente quando você conhece algumas dessas pessoas mais intimamente e sabe que a vida dela não é só nuvens de algodão. Aliás, basta olhar para si. Você é um sorriso ambulante? NÃO!
Não te digo isso como quem condena. Muito pelo contrário. Digo como quem quer tirar este véu de fantasia do qual nossa sociedade é coberta hoje.
A aparente felicidade funciona como uma cortina diante de nossos olhos, que como um filtro modifica nossa forma de ver a realidade. Será que temos realmente de ser felizes o tempo todo? Se sua resposta é não, é hora de pensarmos sobre a tristeza.
Viver a tristeza é importante para o ser humano. Se existe um tempo para cada coisa debaixo do céu (Eclesiastes 3), há de ter hora para estar triste. E estar triste não é sinônimo de ser triste.
Se não é possível estar alegre o tempo todo, devemos reconhecer os momentos de tristeza como algo natural. Faz parte da angústia de ser humano, pois somos imperfeitos. E isso não significa estar longe da graça de Deus.
Assim acreditou Marta, dizendo a Jesus: Senhor, se estivesses aqui meu irmão não teria morrido! (ver. 21); mas logo no versículo seguinte, reconhece o erro, dizendo: mas sei também, agora, que tudo que pedires a Deus, Ele o concederá (ver. 22).
E assim foi feito. Lázaro ressuscitou!
Jesus chorou para nos lembrar que, sendo humanos, temos sentimentos, e deixar de vivenciá-los é negar a realidade. Se hoje em dia teimam em dizer que você deve ser forte, lembre-se que chorar não é sinônimo de tristeza.
Apenas é sinal de humanidade.