quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Os frutos da misericórdia

Olá irmão, olá irmã, a paz de Cristo!!

Compartilho abaixo um material que criei em nossa página no instagram em razão do Jubileu da Misericórdia, instituído por nosso Papa. Nada melhor para bem viver este tempo do que conhecer um pouco mais sobre os frutos que a Misericórdia pode nos proporcionar ao viver boas ações, não é mesmo?

Além de apresentar todas as 14 obras, sendo elas 7 corporais e 7 espirituais, fiz uma breve reflexão sobre cada uma delas, te convidando a pensar um pouco sobre o ser misericordioso.

Vamos lá? Esta é a #semanadamisericórdia!
1. Dar de comer a quem tem fome: é preciso ir além da imagem que vemos acima. Sim, temos fome de comida. Mas vamos além. Do que nosso povo tem fome? De justiça? De caridade? De um olhar compassivo? De ser respeitado como gente? É nossa tarefa como cristãos dar de comer sim, mas não só alimentar o corpo, mas também a alma.
2. Dar bons conselhos: Existe uma máxima popular que diz que "se conselho fosse bom não se dava, se vendia". Mas será que é mesmo? Acredito que aconselhar é o primeiro passo de uma boa amizade. E será que amigo bom se vende também? Se você pensa como eu, também irá dizer que não... Aconselhar é mostrar ao próximo as pedras que aparecem no caminho e ele não é capaz de ver. É pensar junto, olhar para o outro e não se colocar acima dele, mas ao lado. Aconselhar é fazer como Jesus, que falava ao povo na linguagem que eram capazes de compreender. Aconselhar é caminhar na fé e ajudar o outro a caminhar também.
 3. Dar de beber a quem tem sede: "Jesus caminhou durante 40 dias no deserto". São vários os momentos onde Cristo se retirava do mundo para entrar em contato consigo mesmo e com o Pai, pois Deus estava Nele. Assim também nós. Temos essa necessidade de afastar-nos do barulho do mundo para ouvir a voz de Deus em nosso coração. E aqui se faz presente a sede. Não é só de água que temos sede, mas de nós mesmos. Dar de beber é ajudar o irmão no caminho do autoconhecimento, que gera pessoas e cristãos melhores.
4. Ensinar os ignorantes: É dever de todo cristão levar a palavra de Deus e o convite a viver na Terra o Seu Reino de Amor para todos aqueles que nunca tiveram contato com Cristo. Começar com nossas crianças através da catequese e práticas de oração e partilha é regra, mas podemos ir além, sendo o Evangelho por onde quer que estejamos, mesmo que sem usar palavras, como um dia disse São Francisco de Assis.
5. Vestir os nus: em nossa cultura, sentir-se nu está relacionado a falta de dignidade, em sentir-se desprotegido, fraco, vulnerável. Vestir os nus significa portanto devolver a dignidade aos nossos irmãos que vivem em situação precária e garantir que seus direitos sejam cumpridos. A política seria um meio para garantir isso? Com certeza!! Talvez se mais cristãos estivessem presentes nos cargos públicos, a situação em que vivemos seria outra... Ahh, a imagem!! Deixo aqui um convite: que tal aproveitar um dia de folga e para fazer aquela faxina no guarda-roupa e separar aquela roupa que não usa mais para dar a quem precisa? Todos nós podemos fazer este gesto. Misericórdia e caridade combinam como o pão e o vinho da mesa do altar!
6. Corrigir os que erram: quando percebemos que um grande amigo ou familiar se afasta de Deus, é nosso dever situar a pessoa sobre seus erros e mostra-la o melhor caminho, o único e verdadeiro caminho que é Jesus Cristo. Isto é não apenas um fruto de misericórdia, mas de amizade, fé e amor.
7. Dar repouso aos peregrinos: muitos cristãos estão espalhados pelo mundo em missão, e tão importante quanto sair às ruas para anunciar o Reino é acolhê-los e dar-lhes repouso. A JMJ é um ótimo exemplo disso. Quantos estrangeiros estiveram por aqui! E como é feliz a alegria de acolher um irmão! Dar repouso aos peregrinos é ser instrumento da paz divina, que prometeu aos seus missionários que "tudo lhes seria acrescentado (Mt 6, 33)."
8. Consolar os que choram: somos humanos e sabemos que a vida não é feita somente de alegrias, mas também de tristezas. Invocar a presença de Deus nestes momentos é importante, mas se fazer presente em um gesto de misericórdia é ainda mais. Vivemos em um mundo que precisa de mais empatia e compaixão. E isso depende de mim e de você.
9. Assistir os enfermos: quando pensamos em caridade e misericórdia, lembramos automaticamente em Madre Teresa de Calcutá. Não é por acaso que é uma das mais recentes santas da Igreja. Que mulher foi essa!! E que exemplo de ser humano!! Ela nos ensinou com sua vida que compaixão e piedade nunca saem de moda. E ainda mais: nos levam ao céu.
10. Perdoar as injúrias: o perdão é uma obra de misericórdia? Com certeza! Mas por quê? Se Deus é o único que tem o poder de nos julgar, perdoar significa reconhecer a própria imperfeição, se colocar nem acima e nem abaixo, mas no mesmo nível do perdoado. Somente através da humildade é possivel ser misericordioso.
11. Visitar os presos: aqueles que pagam por seus erros em sociedade continuam sendo humanos, com emoções e sentimentos. A igreja nos convida a agir com misericórdia, orando por eles e visitando-os, assim como visitamos asilos e hospitais.
12. Sofrer com paciência as fraquezas do próximo: dependência química, vícios, fragilidades. São várias as pedras no caminho de nossos irmãos e irmãs. Aceitá-las é nosso dever, afinal, somos nós também imperfeitos, e só é possível crescer com o outro. Se é impossível ser feliz sozinho e Deus colocou em cada um de nós a semente do bem, que possamos viver todos juntos, em harmonia, com misericórdia e tolerância.
13. Enterrar os mortos: parece bastante óbvio, e de fato é. Mas o que este ato envolve? Respeito ao corpo que viveu e conviveu nesta terra. Dignidade aos familiares que tanto lhe amaram. Sobretudo, é um gesto de cuidado. Que todos tenham a possibilidade de enterrar os seus mortos e dar-lhes o último adeus.
14. Rogar a Deus por vivos e defuntos: orai sem cessar, diz a Palavra de Deus. Existe ato de misericórdia maior do que uma oração? Colocar nossas vidas nas mãos daquele que tudo pode é acreditar que só Ele tem o poder do perdão e nos livra do pecado.

Que possamos aprender com a Misericórdia de Deus a refletir a face de Cristo. 


segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Ter dom


#10 - O que você sente ao ver a história da imagem?
Essa imagem me intrigou. Não somente pelo que eu percebi quando a vi pela primeira vez, mas também pela sensação de que havia algo mais, que não estava percebendo. O meu ponto de vista não bastou. Assim, lancei a imagem para alguns amigos e o resultado é o texto que segue abaixo.

Vamos lá para mais um #postinterativo?

Hoje, o assunto é o seu dom.
A afirmação te assusta? Sim, você TEM um dom! Queira ou não, saiba ou não, você é dotado de uma característica que é só sua e que Deus te convida a colocar diariamente a serviço, para ti, para o próximo e para Deus.

Da mesma forma em que, na noite de Natal, Deus nos deu de presente uma criança, que era o próprio Cristo, no dia de seu batismo, Deus lhe deu de presente um dom. Dom que como criança deve ser alimentado, cuidado, e com o tempo cresce, amadurece, ganha uma "cara própria" que chamamos de personalidade e, como tudo que cresce, aparece!
Mas tudo tem seu tempo. Muitas vezes em sua vida achou que tinha "tamanho" e quis atropelar as coisas, não é verdade? O bebê da imagem está crente que está fazendo um trabalho sensacional, que vai deixar o rosto lisinho, e vai mesmo, pois não tem barba nenhuma! (risos)

Brincadeiras a parte, a gente se sente perdido as vezes, até tenta ser outra pessoa pra ver se as coisas mudam, mas não rola. Logo descobrimos que precisamos ser nós mesmos. E se não descobrimos, vivemos infelizes em uma vida que não é nossa. Uma vida que não é.

Para nos descobrir, precisamos ser fiéis a essência que Deus colocou em nosso coração quando nos criou. E nossos dons tem tudo a ver com isso, pois estão relacionados com a nossa forma de interagir com o mundo, de uma forma que é particular de cada um.

E para falar sobre isso, quem melhor que O próprio??

Jesus nos presenteou com a Parábola dos Talentos, contada na Bíblia pelos evangelistas Lucas e Mateus. Escolhi a versão do Evangelho segundo São Lucas por um motivo em especial, que contarei depois.
Um homem ilustre foi para um país distante, a fim de ser investido da realeza e depois regressar. Chamou dez dos seus servos e deu-lhes dez talentos, dizendo-lhes: Negociai até eu voltar. Mas os homens daquela região odiavam-no e enviaram atrás dele embaixadores, para protestarem: “Não queremos que ele reine sobre nós.” Quando, investido da dignidade real, voltou, mandou chamar os servos a quem confiara o dinheiro, a fim de saber quanto cada um tinha lucrado. Veio o primeiro: “Senhor, a tua talento rendeu dez outras talentos.” Ele lhe disse: “Muito bem, servo bom; porque foste fiel nas coisas pequenas, receberás o governo de dez cidades.” Veio o segundo: “Senhor, a tua talento rendeu cinco outras talentos.” Disse a este: “Sê também tu governador de cinco cidades.” Veio também o outro: “Senhor, aqui tens a tua talento, que guardei embrulhada num lenço; pois tive medo de ti, por seres homem rigoroso, que tiras o que não puseste e ceifas o que não semeaste.” Replicou-lhe ele: “Servo mau, pelas tuas palavras te julgo. Sabias que sou rigoroso, que tiro o que não depositei e ceifo o que não semeei...Por que, pois, não puseste o meu dinheiro num banco? Na minha volta, eu o teria retirado com juros.” E disse aos que estavam presentes: “Tirai-lhe a talento, e dai-a ao que tem dez talentos.” Replicaram-lhe: “Senhor, este já tem dez talentos!” “Eu vos declaro: a todo aquele que tiver, dar-se-lhe-á; mas, ao que não tiver, ser-lhe-á tirado até o que tem.”

Lucas, 19, 12-26
Antes de mais nada, vale a explicação: este é um talento! Nada mais era do que uma moeda na época em que o texto foi escrito. Mas nós podemos entender o talento como sendo mais do que algo que tem preço. Podemos entender um talento como um dom de Deus, algo que não podemos calcular o valor.

A parábola nos ensina que quando recebemos algo de valor não podemos deixar que o medo nos paralise, e que mesmo que o mundo te critique e tente te colocar para baixo, quando você tem um sonho e sonha junto com Deus, ele se tornará realidade.

Deus não nos dá dons a toa! E colocá-los em prática não pode ser compreendido como uma obrigação, mas como a forma de retribuir tudo de bom que o Pai já nos proporcionou. Quem é maduro sabe que não deve guardar os dons de Deus embaixo do braço, de forma egoísta, mas dividí-lo com quem está ao redor e carente do sinal de Cristo.
A razão pela qual escolhi o texto de Lucas foi a seguinte: a parábola precede a história de Zaqueu. O homem que era criticado pela multidão por seus erros passados, e que tão franzino precisou subir em uma árvore para ver Jesus passar. Porém quando Ele entrou em sua casa, trouxe consigo a salvação e transformou a vida dele e de sua família.

Coincidência? Jamais! Cristo soube muito bem o que estava fazendo, e o evangelista foi feliz ao respeitar a ordem das coisas.
Quando Jesus entrar em sua casa e transformar a sua vida, não hesite em receber isso como verdade. É certo que você tem um dom, dado por Deus que lhe ajudará a caminhar e anunciar Seu Reino de Amor por onde seguir seus passos.

Que as marteladas da vida não lhe roubem os dons que são Deus em ti.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Namorar ou não: eis a questão

Tô namorando todo mundo. Quem gosta de compromisso é agenda. Tô do jeito que eu sempre quis. Solteiro sim, sozinho nunca. Tô sendo disputada e chamada de rainha.

As frases acima estão dispostas em diversas músicas que ouvimos nas rádios hoje, que ao exaltarem a solteirice apresentam o namoro como um atraso de vida ou caretice. Você, como jovem cristão, se pergunta o quanto essa brincadeira tem fundo de verdade. Sabe que nadar contra a maré exige esforço. Mas, não sabe até onde vai seu fôlego.

Afinal, o que motiva um cristão a ter uma companheira? Por que uma garota temente a Deus busca um homem? Namorar: sim, não, por quê?

Hoje, vamos falar de amar a Deus e ao outro.
Você pode estar se perguntando: "nossa, o que motivou o Daniel a falar sobre namoro assim, de repente?" A resposta é simples: sim, eu sou um ser namorante! (risos) Longe de querer apresentar fórmulas ou atuar em uma "operação cupido", acho que muito do que vivo e observo pode ajudar alguns jovens que se fazem perguntas como essa. Então, vamos lá?
Namorar não é uma questão de status, embora muita gente tente empurrar esta verdade goela abaixo. Infelizmente, quem crê nisso em busca de likes e aplausos descobrirá dentro de pouco tempo que esse é o maior tiro no pé que se pode dar. O motivo é simples: namoro não rima com egoísmo em nenhuma língua, e posso te assegurar, nem na língua portuguesa.

O que se descobre na relação com alguém é que o outro é imperfeito. E que olhe só que coincidência, você também é! Isso significa que vez ou outra você vai esbarrar nas falhas do outro e em seus próprios defeitos.

Namorar não é uma questão de ganhar ou perder, nem mesmo de estar certo ou errado. Ir além de si e não pensar somente no que parece melhor pra você te leva a aprender que juntos vocês podem crescer e aprender muito um com o outro. Mas para isso, você deve estar preparado a abrir mão de si às vezes. Se isso lhe parece impossível ou coisa de outro mundo, o namoro não é pra você.
O namoro é também um tempo de conhecimento e descobrimento. Se você acredita que ao namorar vai obrigatoriamente perder a própria liberdade, tenho uma boa notícia para você: conhecimento é poder e autoconhecimento é ser livre.

Estar com um parceiro ou parceira é um convite diário a conhecer um pouco mais sobre o outro e sobre você mesmo. Vai descobrir coisas sobre si que nunca foi capaz de imaginar! E aí, você tem coragem?

Pode acreditar, amigos são importantes, e eles podem ajudar nesta tarefa. Portanto, se você acha que seu parceiro é a resposta para todas as suas perguntas e falhas, o namoro não é pra você! Se fechar nele ou nela como em um mundinho particular é uma grande furada.
E eu explico porque. Seu parceiro não é sua propriedade e você não é o único responsável por sua felicidade. Ele tem seus próprios amigos e sua própria história, assim como você. Se quiser fazer parte deste seleto grupo, faça parte literalmente! Assim, ambos terão novos amigos e não correrão o risco de se fecharem em si mesmos.

E aqui, encontro o ponto que embora o último, é o mais importante de todos. Se até aqui falei somente de coisas humanas, a partir de agora me ponho a pensar sobre as coisas do céu.

As imagens acima todas foram um convite para esta ideia: o namoro cristão é um relacionamento a três. Se a conta {1 + 1 = 3} lhe parece inadequada ou o resultado de uma gravidez indesejada, lhe convido a ir mais além.

Assim como Deus é uma relação de três (o Pai, o Filho e o Espírito Santo) que é composta pelo amante, o amado e o próprio amor (respectivamente), o namoro é também um convite a uma relação a três, onde Deus é o próprio amor.

Se você amar verdadeiramente seu namorado ou namorada, saberá que o amor que pode oferecer a ele é imperfeito, assim como você. Só Deus dispõe do amor perfeito que vocês dois precisam para permanecer juntos. Ele deve ser o centro do relacionamento.
Hoje, namoro com uma garota há oito meses, mas nos conhecemos há quatro anos, e antes de pensarmos em namoro ou qualquer coisa do tipo, já éramos grandes amigos. Quando tive a vontade no coração de escrever e criar este blog, ela foi a primeira a acreditar em mim e no que Deus soprava em meus ouvidos.

Hoje, entendemos que Ele nos preparou antes de nos unir. Se a gente tivesse forçado algo antes, a chance de dar errado seria enorme. Mas hoje, Ele nos uniu, e um com o outro aprendemos muito. Ontem, vivemos juntos a espera sem saber que seríamos um do outro. Hoje, vivemos juntos a alegria de encontrar n'Ele a verdadeira felicidade.

Portanto, antes de estar pronto para namorar, esteja pronto para viver bem o tempo da espera. Conheça melhor a si mesmo, esteja em conexão com Jesus através da oração e esteja a serviço de Seu plano de amor por nós. Quando menos esperar, será uma pessoa namorante assim como eu!

Que o namoro não seja um fim, mas um meio na busca pelo encontro com Deus.