Antes que possa parecer, uma advertência: Não, este post não é uma caça aos coelhos da Páscoa!!
Meu pensamento sobre o animal é semelhante ao pensamento que apresentei alguns dias antes do Natal, a respeito do Papai Noel, como pode conferir aqui. O "bom velhinho" não tem nada de mal em si, mas o que o circunda.
Se devemos conhecer a nossa fé, e devemos, fica aqui a pergunta, ansiosa por ser respondida: por que um coelho??
Se já teve contato com um coelho alguma vez, sabe o quanto esse animal é fértil. Tem uma enorme facilidade para procriar e fecundar. Foi por ser símbolo de fecundidade que foi relacionado ao período da Páscoa.
Mas, se é relacionado ao nascimento, porque na Páscoa quando Cristo morre e ressuscita, e não no Natal, quando Cristo nasce de fato??
Para compreender, vamos voltar um pouco em relação a Paixão, quando chegamos na Santa Ceia.
Durante a refeição, Jesus tomou o pão e, depois de o benzer, partiu-o e deu-lho, dizendo: Tomai, isto é o meu corpo. Em seguida, tomou o cálice, deu graças e apresentou-lho, e todos dele beberam. E disse-lhes: Isto é o meu sangue, o sangue da aliança, que é derramado por muitos.
(Marcos 14, 22-24)
Em seguida, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés dos discípulos e a enxugá-los com a toalha com que estava cingido. Depois de lhes lavar os pés e tomar as suas vestes, sentou-se novamente à mesa e perguntou-lhes: Sabeis o que vos fiz? Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Logo, se eu, vosso Senhor e Mestre, vos lavei os pés, também vós deveis lavar-vos os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, assim façais também vós.
(João 13, 5. 12-15)
Jesus nos ensinou momentos antes de sua morte como deveríamos cuidar uns dos outros. Os discípulos nada entenderam, é claro, pois não sabiam pelo que havia de vir. Embora conhecessem as Escrituras, ficaram confusos.
Assim nos sentimos nós também, em diversos momentos da vida. Enquanto a história não se traduz na vida, temos a triste sensação de impotência, frágeis que somos.
Mas Cristo não parou por aí.
Se guardardes os meus mandamentos, sereis constantes no meu amor, como também eu guardei os mandamentos de meu Pai e persisto no seu amor. Disse-vos essas coisas para que a minha alegria esteja em vós, e a vossa alegria seja completa. Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo. Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a sua vida por seus amigos.
(João 15, 10-13)
Aqui, Jesus foi além. Deu-nos o mandamento do amor com um verbo imperativo. Amai! Amem! Leve amor por onde for! Sede fecundos no amor! A fecundidade não é algo guardado apenas aos casais abençoados pelo Sacramento do Matrimônio. Não!
Ser fecundo no amor é levá-lo por onde for. É por isso que o coelho está ligado à Páscoa, pois a partir da Eucaristia, somos revestidos e transformados no Amor de Deus através do Corpo e Sangue de Cristo.
Lindo, não é??
E por que complicamos tanto ensinando a nossas crianças que um animal mamífero bota ovos de chocolate?
Mas sejamos francos, nada disso importa quando apresentamos aos pequenos a história da morte e ressurreição de Cristo em uma linguagem da qual elas conheçam perfeitamente. Que tal apresentar Jesus como um herói?
Ele não tinha super poderes, mas é certo que seu maior poder era ser humano, o que representa muito em tempos tão desumanizados como os nossos. Por que não aprender com Seu amor? Por que não aprender com as crianças, que trazem isso tão naturalmente com elas?
Termino com mais perguntas do que respostas, sem a sensação de ter falhado em minha missão. Afinal, amar como Jesus amou é uma tarefa que deve ser aprendida a cada dia. E como dizia Aristóteles, a dúvida é o primeiro passo da sabedoria.
Que Cristo ressuscite em nossos corações e nos ensine mais uma vez a amar como Ele nos ama. Sede fecundos e multiplicai o Amor!