Diga não ao racismo. Fair play. Ser diferente é normal. Não há cura para o que não é doença. Vemos aqui diversos slogans e frases de efeito que clamam pela tolerância e pelo fim do preconceito. Já falamos aqui e aqui sobre isso. Mas acredito que ainda ficou uma pequena lacuna nessa história. Talvez não tão pequena assim...
Por que é tão difícil lidar com aquilo que é diferente a nós? Podemos aprender com a forma que Jesus tratava os diferentes? Será que o problema é comigo? Ou com o outro? Hoje, iremos falar sobre as diferenças.
(Imagem retirada do blog de Roberta Moyses, no texto "Você é diferente ou faz a diferença?")
Amar ao próximo como a ti mesmo. Eis aqui um dos grandes e mais desafiadores ensinamentos de Jesus. Grande por trazer a essência de sua passagem entre nós, marcada por um olhar tanto santo quanto humano para cada um daqueles que conviveram com Ele. E desafiador por se tratar de uma tarefa no mínimo difícil, afinal, não somos perfeitos como Ele.
A partir da consciência de que somos imperfeitos e, vez ou outra, pisamos na bola e acabamos por julgar aos outros, precisamos dar um passo a frente. Um passo na direção de entender porque isso acontece com a gente.
Hoje, quero ir um pouco além da imagem do "anjinho" e do "diabinho" tão presente em nossa cultura. E quero ir também além da ideia de que "a primeira impressão é a que fica", por que isso só vale de fato com pessoas com quem não temos um contato direto ou melhor dizendo, com quem ficamos só na impressão mesmo. Quem nunca se surpreendeu ao conhecer melhor uma pessoa? Quantas vezes nossa primeira impressão nos trai? Por isso, é preciso ir além.
E aqui, minha formação irá me ajudar. Existe algo dentro da Psicologia que chamamos de dissonância cognitiva. Nome estranho? Talvez. Mas o que diz essa teoria é bem simples.
Nós, seres humanos, temos a tendência a buscar tudo aquilo que aprovamos e a evitar aquilo de desaprovamos. Basta sentar em frente a tv com um controle remoto na mão para entender como isso funciona. Se você é contrário a situação da política do país e se deparar com a nossa presidente dando uma declaração no jornal, a chance de você zapear de canal é muito grande. Lembra quantos minutos você se manteve firme vendo a goleada de 7 x 1 da Alemanha sobre o Brasil na última Copa do Mundo? Isso ajuda a explicar essa teoria.
Mas esqueçamos as televisões. Vamos falar de gente. Não é assim que evitamos aqueles que são diferentes de nós? Hoje em dia esse processo é muito facilitado. Muitos de nós fechamos a porta para os vizinhos e nos mantemos todo o tempo em contato com pessoas que nos aprovam. Que nos aplaudem, como dito aqui. As redes sociais inclusive seguem o princípio de que você pode bloquear e excluir qualquer um a qualquer momento do seu círculo virtual, ou diria, "social". Existem diversas explicações para isso, mas minha intenção aqui não é me aprofundar na teoria ou dar uma aula psicológica. Sigamos em frente.
O filme Click do qual retirei a imagem acima é um exemplo prático de como isso funciona. A tentação de ter um controle remoto que controle nossa vida e ignore tudo o que não nos dá prazer é realmente grande. Mas isso é ficção. Vivemos em um mundo recheado de pessoas diferentes a nós. E precisamos aprender a lidar com isso.
Não é a toa que tantos artistas representem e tenham representado Jesus com um sorriso no rosto e de braços abertos. Essa é a postura de quem está sempre aberto a aceitar a quem vier, seja quem for. Diferente? Sem dúvida. No caso de Jesus ainda mais diferentes, pois Ele era perfeito e todos nós somos imperfeitos. Mas nunca lhe faltou acolhimento e serenidade.
Podemos começar por pedir em oração que o Espírito nos traga essa graça. Amar as diferenças nos humaniza, pois são elas quem nos tornam seres únicos. E lidar com a diferença do outro é um desafio tão grande quanto lidar com as próprias diferenças. Não é algo que se aprende do dia para a noite. Isso é um processo.
Que tenhamos coragem de assumir esta missão para, quem sabe um dia, amar como Jesus amou. Eis o novo mandamento!
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