quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A (des)confiança


#1 - Quanto mais eu conheço as pessoas, ....

Quanto mais eu conheço as pessoas, mais eu gosto do meu cachorro. Provavelmente você já ouviu essa frase, e foi ela quem me deu a "luz" pro início deste texto. Felizmente, ao dividir a sentença ao meio e deixando o complemento a cargo de alguns bons amigos, tive a feliz surpresa de que a história ganhou novos contornos.

Ao se deparar com a frase incompleta, a maioria das pessoas completou a sentença refletindo sobre a questão da confiança. O que compreendemos pelo simples fato de que é preciso conhecer para confiar. Acredito que isso não se discute, ao menos conscientemente. Deixemos Freud um pouquinho de lado para refletir em torno deste valor que para muitos está em extinção.



Confiança. A base de tudo. Segurança íntima. Boa fama. Crédito. Atributo de quem confia. De quem espera. De quem tem fé. Associamos esta qualidade aos verdadeiros amigos, a quem chamamos de confidentes. Podemos considerar a confiança como algo que se conquista, que não se faz do dia para a noite. E o que me leva a questionar porque temos tanta dificuldade em confiar uns nos outros.

Aqui, a psicologia me ajudou de alguma forma. Entendendo um pouco mais sobre o ser humano, percebi que muito do que sofremos hoje se dá por diversas falhas de comunicação. Antigamente as pessoas tinham contato com menos pessoas, isso significa que dedicavam mais tempo para as mesmas pessoas. As relações tinham mais qualidade e menos quantidade, por assim dizer.




Isso pode representar um tédio para muitas pessoas hoje em dia, mas é inegável que nossos avós tinham um trato muito melhor com a vida do que nós. Podemos chamar isso de sabedoria? Sem dúvida. Mas antes de ser fruto das experiências de uma vida rica de histórias pra contar, a sabedoria é um dom de Deus. Um dom do Espírito Santo que nos é dado gratuitamente. E que precisa ser assumido por nós e colocado em prática pelo anúncio do Evangelho.

O que podemos aprender sobre as pessoas com os mais velhos? Muita coisa sem dúvida. Com a força da gravidade agindo sobre seus músculos, a beleza que valorizou por toda uma vida poderá se acabar. O fôlego para atividades físicas será menor. A saudade será sua fiel companheira, afinal, muito dos seus companheiros já terão passado para o outro lado da rua. A morte será uma realidade mais palpável do que era durante a juventude. E aí? Precisaremos nos tornar idosos para descobrir que amar o pássaro é não prendê-lo em gaiolas?


(Imagem: KeepCalmStudio.com)

As pessoas decepcionam mesmo, verdade seja dita. Assim como decepcionamos muita gente, até mesmo sem perceber, quem sabe. Somos todos imperfeitos, seres faltantes, em busca dos porquês que encontramos pela vida. E se você quiser alguém em quem pode confiar de fato, este alguém é Deus. Nunca se esqueça de que quando vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá (1 Cor 13, 10).

Descer do degrau e ir de encontro ao próximo "só pra variar" não faz mal a ninguém. A experiência que se faz com atitudes como essa é de que somos feitos todos areia da mesma terra.

Ahh, e é claro, não posso deixar de completar a sentença!

Quanto mais eu conheço as pessoas, mais agradeço a Deus por não ser cachorro! Cada ser humano é um universo novo a ser descoberto, e não existe NASA para descobrir as coisas do coração.





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