segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

O último dia


#11 - Se Deus te desse só o amanhã para sentir o que nunca sentiu, o que sentiria?


O árduo é trivial, mas a afeição é etérea. Assim diz Cartas ao Remetente, canção do Rosa de Saron que serviu de inspiração para mais este post interativo. As respostas de meus amigos caminharam para destinos variados.

Afinal, porque o último dia de nossas vidas gera em nós tamanha ansiedade? O que a tão elaborada frase acima quer dizer? Sua vida tem sido mais trivial ou mais etérea ultimamente?

A palavra de hoje é coragem. Mas antes desta, a palavra de ordem é .
Quando falamos de emoções e sentimentos, a experiência é muito pessoal, e por isso fiz questão de frisar durante minha pesquisa que não se tratavam de respostas certas ou erradas. Cada um sentirá neste momento não aquilo que viveu consigo mesmo ou com o mundo, mas aquilo que viveu na relação com Deus, e isso é muito particular.

A imagem acima começa a responder nossa inquietação. Ela representa a Parusia, a segunda vinda de Cristo, onde ele descerá como Rei, envolto de anjos, ao som de trombetas, e tudo que é imperfeito desaparecerá, segundo a Bíblia.

Tudo o que Jesus nos disse a respeito do fim do mundo através de seus discípulos foi que não devemos nos preocupar com a data, afinal Ele só há de ser Rei quando aqui se tornar de fato o Reino de Deus, o que hoje é um projeto. Sua intenção não é de sacanear ninguém, mas de salvar e estender na terra o céu.
Mas, e se considerarmos a Eucaristia também uma Parusia? Cristo retorna a nós em corpo, sangue, alma e divindade a cada missa, não é verdade? E isso não significa o fim, mas um novo começo, acredita nisso?

O que estou querendo dizer é que Jesus voltará sim, um dia. Mas Ele já volta. Diariamente, semanalmente, mensalmente, anualmente, casualmente, acidentalmente? Não sei. Depende de você e de mim. 

Eis que algo que está sempre envolto de medo se torna um pouco mais claro, como se o vento batesse e levasse consigo uma névoa diante de nós. Exagero meu?

Talvez. Vamos caminhar um pouco mais.
Ops, o último dia!! Se já falamos sobre sua relação com Cristo, vamos pensar um pouco na sua vida agora. E na minha também, afinal estou vivo, e não fujo da regra!! Voltemos à nossa música.

Trivial. Que não revela maiores qualidades. Ordinário. Corriqueiro, vulgar, comum, banal. Conhecido por todos.

Etéreo. Que leva à elevação da alma. Sublime, elevado, puro delicado. Algo divino, que não faz parte da natureza material.

Temos aqui caminhos bem distintos.
Acredito que já perdi muito tempo na vida tentando descobrir o porquê de algumas coisas, enquanto deveria estar preocupado em tornar minha vida em algo de útil. Não somente no sentido de utilidade, finalidade, embora nossa vida tenha um fim. Mas também (e principalmente) em não me conformar com as coisas como são, sair da teoria e da técnica e partir para a prática.

Com Jesus não foi diferente. Chegou em uma realidade totalmente conturbada. Quando disse publicamente que era "o Filho do Homem" e não seguiu aquilo que a sociedade esperava d'Ele, foi humilhado, ignorado, perseguido. Porém, falamos de Seus ensinamentos até hoje, indicando que muito do que Ele fez permanece entre nós.
E quanto a nós? Por onde andamos deixamos rastros, e isso é fato, mas para onde nossos rastros tem levado? Quem segue nossos passos encontra o Cristo?

Não existe outra forma de ser cristão senão essa: deixar rastros de céu por onde passamos. Assim, os discípulos de Jesus eram reconhecidos onde chegavam. Assim, os santos tornaram a trivialidade em sacralidade. Assim, devemos seguir a vida, tomando isso como missão.

Não tenha medo do último dia, pois Cristo estará lá, assim como pode estar hoje. Só depende de você. Seus rastros não te deixarão mentir.





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