O espírito natalino. Todos nós já ouvimos esse termo. Ouvimos e vemos falar sobre Natal nos programas da TV, nos painéis das lojas, em letras garrafais na faixadas dos prédios e na porta das casas. Nosso comércio fica mais horas disponível. Os restaurantes oferecem belos pratos. E assim passamos por esta data como quem passa pelo dia dos pais ou das mães. É importante lembrar que este dia não foi criado por nenhum capitalista num dia inspirado. Foi sim adotado, mas não criado. O criador desta marca foi o próprio Criador, Aquele que tornou tudo o mais possível.
Quando aquela estrela cadente cruzou o céu de Belém, os magos da época sabiam que se tratava de um sinal de Deus. Um sinal diferente de tudo o que já haviam visto. Seguiram em direção ao menino Deus, e quando o encontraram, se encheram de grande alegria. Jesus, nascido entre os animais, de forma simples e humilde como seria sua vida até a morte de cruz. Ali acontecia um marco histórico. Dois mil e quatorze anos depois, veneramos como aqueles magos a presença de Cristo entre nós. Será?
Não é a toa que o tempo litúrgico da Igreja começa com a preparação e nascimento de Cristo. Porque se conta uma história pelo começo. E também porque quem não compreende como tudo aconteceu não estará pronto para amá-Lo e aprender com Ele através de parábolas. O que mais são parábolas senão histórias como as que contamos para as crianças até hoje? Se aprende a entender o mundo através delas. Foi assim que o menino Jesus teve Maria e José para ensinar os primeiros passos e mostrar as pedras que haveriam no caminho. E também Deus, seu Pai celeste, que sempre se fez presente. Assim, quem não ama o Deus Menino não será capaz de amar o Jesus crucificado.
Pensando bem, me admira que a ideia do Papai Noel tenha dado tão certo. Não me preocupo em contar a história de sua criação, afinal muitos já fizeram isso e o Google está aí para todos. Mas falo do abismo existente entre ele e o menino Jesus. Sobretudo aqui no Brasil, um país tropical, onde jamais um idoso se vestiria de gorro e roupa vermelha e encararia o trânsito de trenó. Não temos neve, não temos renas, nem mesmo chaminés temos. Por que vender uma fantasia tão utópica pra nossas crianças? Tudo o que conseguimos é dar a elas um grande sentimento de frustração quando descobrem que de fato nada disso existe.
O menino Jesus não frustra. O menino Jesus não é envolto de fantasia. Não traz presentes da Black Friday. Mas criança gosta mesmo é de criança. E quando se colocam duas crianças, uma ao lado da outra, mesmo que jamais tenham se visto, a amizade acontece de forma natural. Marketing é desnecessário. Sobretudo numa relação onde um deles é o próprio Amor.
Desejo a todos vocês que o Natal seja realmente uma noite repleta do amor de Deus por nós através do nascimento de Cristo. Que a estrela cadente que um dia brilhou no céu traga a luz que falta a nossos corações. E que nossas crianças possam conhecer a verdadeira história do homem que nasceu por cada um de nós.
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