Quando dizemos que Deus não é feito de uma, mas de três pessoas, logo percebemos que existe um relacionamento entre Eles. Somos seres humanos, e o que somos hoje é resultado de todas as relações que colecionamos com seres humanos como nós, desde a infância até a morte.
Este prólogo nos leva a seguinte certeza: quando duas pessoas se relacionam, uma cria pela outra o que chamamos de intimidade. Assim é entre pai e filho. Assim entre os esposos. E assim entre nós e Deus.
Você se considera íntimo de Deus?
Íntimo. Interior, profundo. Inteiramente privado. Senso do que acontece dentro de cada um de nós. Interno, secreto, digno de cuidado. Quando falamos de intimidade, rapidamente nos remetemos a um segredo ou pessoa com quem somos nós mesmos, sem máscaras e sem o medo de ser julgado por isso.
Muitas pessoas hoje acreditam que a intimidade não existe mais devido a tanta exposição de nossas próprias vidas. Eu acho o contrário. Acredito que pensar sobre o que cabe e o que não cabe em nossa vida social (seja na internet ou não) nos torna mais críticos ao senso de intimidade.
"Isso sim! Isso não. Isso talvez!" E assim determinamos o que cabe a todos e o que cabe a poucos.
Uma boa característica da intimidade é a confiança no outro. Muitas vezes dizemos confiar "cegamente" quando nos referimos a uma pessoa íntima. E o que isso significa? Que nos relacionamos com diversas pessoas em um dia, uma semana, um mês, um ano, mas são poucas aquelas que recebem a grata missão de ser como os nossos olhos.
Ver o mundo através do olhar do outro é romântico, não é mesmo? Eu concordo, mas não é só isso! Ver com os olhos do outro significa ser livre para dividir com o outro a própria história. E isso vai muito além do romance pois você é imperfeito e o outro também, logo, teremos problemas!
E aqui, retorno para a pergunta que abriu este texto. Quando nos relacionamos com Deus e escolhemos por ser íntimos com Ele, temos consciência de que Ele é perfeito e eu não?
A intimidade com Deus é um dos maiores desafios do cristão. A partir do momento em que se decide por viver na fé, na caminhada rumo ao céu, se espera que com o passar do tempo você e Ele sejam mais íntimos.
Isso é visto muitas vezes de uma forma pesada e negativa. Infelizmente os irmãos que não caminham com você, ou mesmo aqueles que caminham mas de alguma forma ainda pensam assim, acabam julgando seus erros como uma atitude menos cristã.
Não nascemos prontos! E se assemelhar com alguém perfeito como Cristo sendo imperfeito como eu e você é uma escolha insana demais para as pessoas do mundo, não é verdade? Ore! Seja essa sua resposta para Deus que espera pelo seu contato. E busque ser cada dia melhor, aprendendo com os próprios erros.
Devemos medir nosso compromisso e intimidade com Deus através de perguntas simples, feitas para nós mesmos. Lembre-se que você e Cristo podem se relacionar como dois humanos, afinal, Ele se fez homem para estar no meio de nós.
Lanço uma série de perguntas para ajudar nesta reflexão. Está preparado?
- Com que frequência entra em contato com Ele? Pessoalmente ou não?
- Quando escuta falar sobre Ele, como se comporta? Faz eco ou cala a voz que fala?
- O diálogo entre vocês (durante uma oração) faz qual tipo: pai-filho, patrão-empregado, servo-Senhor ou irmão-irmão?
- Se de repente resolver chamar a Ele por um apelido carinhoso, algo só entre vocês, como seria? Ele reagiria com bom humor ou simplesmente não faria sentido?
- Você é (re)conhecido por conhecê-Lo bem?
Fica aqui meu convite para que você, assim como eu, busque a maior e melhor intimidade com Deus. Ele quer nos falar! E essa é a melhor forma de estar em sintonia para ouvir a Sua voz.